Escavações arqueológicas no Castro do Poio, Covas do Barroso
BOTICAS, 2013-09-11 12:56:02

Escavações arqueológicas no Castro do Poio, Covas do Barroso


Realizaram-se recentemente escavações arqueológicas no Castro do Poio, em Covas do Barroso, Boticas. Pretendia-se obter mais dados relativamente à cronologia e funcionalidade deste sítio, que apresenta uma localização relativamente inóspita na paisagem, implantado num cabeço em esporão rodeado por um apertado meandro do Ribeiro do Couto, vale no qual se encontra encravado, pelo que é um sítio bastante discreto, sendo configurado por três linhas de muralha que descem em direção a este ribeiro.

Este povoado sofreu nos últimos anos fortes alterações provocadas pela plantação massiva de pinheiros, que basicamente cobriram totalmente a área do referido povoado, tendo por diversas vezes sido arrancados com recurso a meios mecânicos, além de ter sofrido diversos incêndios. Sabemos também que ao longo do século XX este povoado sofreu diversas escavações clandestinas.

Ora, justamente nas sondagens arqueológicas que realizamos verificamos que os níveis mais superficiais do castro estavam bastante afetados por estas ações, não tendo sido possível detetar níveis intactos de uso e circulação. Ainda assim, foi possível confirmar a lógica construtiva deste povoado: face à irregularidade topográfica do terreno, as potentes muralhas, além da sua óbvia função defensiva, serviram também como muros de suporte de terras, tendo-se criado em cima delas uma compacta camada de saibro que servia para nivelar e regularizar o terreno. Os níveis de uso e circulação do castro estariam imediatamente acima desta camada. Sabemos que esta camada foi criada artificialmente pois, na base da mesma, encontramos alguns pregos em ferro. Por outro lado, foi também possível recuperar algum material arqueológico que nos dá mais informações sobre as comunidades que habitaram neste povoado, nomeadamente vários fragmentos cerâmicos, bastantes escórias, alguns objetos metálicos e mós circulares. Em função ainda das necessárias análises que terão que ser realizadas, podemos avançar que a localização deste povoado, à semelhança do vizinho Castro de Carvalhelhos, parece estar relacionada com o aproveitamento mineiro da envolvente próxima, pois é uma zona bastante rica em recursos de estanho, tendo decorrido no local diversas práticas metalúrgicas.

Em função de tudo isto, podemos afirmar que este povoado foi ocupado na Idade do Ferro, mais precisamente entre os séculos II e I a.C., não tendo sido identificados materiais de cronologia romana.

"De referir que os trabalhos arqueológicos foram dirigidos pelo arqueólogo João Fonte, tendo sido coadjuvado pelos arqueólogos Gonçalo Cruz, José Luís Antunes e Vítor Silva, tendo também contado com o apoio institucional e logístico do Município de Boticas e do Instituto de Ciencias del Patrimonio (Incipit), Consejo Superior de Investigaciones Cientificas (CSIC)"

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