Os representantes dos 35 Municípios que fazem parte da Resinorte (o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Norte Central), Fernando Campos (Presidente da Câmara Municipal de Boticas), Francisco Lopes (Presidente da Câmara Municipal de Lamego), Miguel Esteves (vereador da Câmara de Vila Real) e Domingos Bragança (vereador da Câmara Municipal de Guimarães), abandonaram hoje a reunião do Conselho de Administração da empresa, por discordarem da forma como a mesma tem sido gerida pelos elementos nomeados pela Águas de Portugal, que, nas palavras do Presidente da Câmara de Boticas, "têm mostrado uma profunda insensibilidade na gestão de um sistema desta natureza, esquecendo-se que o mesmo é, acima de tudo, serviço público".
Os representantes dos municípios acusam ainda os elementos do Conselho de Administração de uma "gritante falta de diálogo e de sensibilidade para lidarem com a gestão do dia-a-dia de uma empresa da dimensão e com a área de atuação da Resinorte, existindo já um evidente clima de muita insatisfação e até de contestação por parte dos funcionários da empresa". O presidente da Câmara de Boticas refere mesmo que "estamos perante uma situação inédita em que os municípios, que participam na gestão destes sistemas há mais de 10 anos, são acionistas e ao mesmo tempo utentes do serviço da Resinorte, não são tidos nem achados na definição e implementação das políticas da empresa, sendo penalizados com tarifas cada vez mais elevadas e completamente insuportáveis".
Perante estes factos, os representantes dos Municípios garantem que não voltarão a participar nas reuniões do Conselho de Administração da Resinorte enquanto os elementos nomeados pela Águas de Portugal não forem substituídos ou não alterarem a sua postura, já que com a sua atual forma de estar apenas demonstram uma total despreocupação com o funcionamento, a viabilidade e a rentabilização dos recursos existentes, ao invés de procurarem que a empresa tenha uma maior produtividade que permita baixar os custos da tarifa.
Entretanto, os representantes dos municípios já solicitaram uma reunião com a Tutela (a Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território), já agendada para o decorrer da próxima semana, onde irão expor todas as suas preocupações, e deverão também convocar uma Assembleia Geral onde os municípios (que detêm 49% do capital da empresa) irão exigir a substituição dos elementos do Conselho de Administração da empresa nomeados pela Águas de Portugal.